O Rio de Janeiro continua lindo. O Rio de Janeiro continua sendo.
A guerra a que estamos assistindo há cinco dias, entre traficantes e policiais na capital fluminense, não passa de entretenimento com uma dose cruel de realidade. Pegue sua pipoca, sente no sofá e faça sua aposta. Emoção garantida do começo ao fim. BBB é passado.
O governo Sérgio Cabral decidiu enfrentar e combater o tráfico de drogas e tudo o que o cerca. Inclusive os cidadãos inocentes. Mas não importa, ninguém mandou morar em favela onde quem manda é o Comando Vermelho. Se morrerem é porque estavam no lugar errado e na hora errada. Fogo neles.
O saldo até agora é positivo: 23 mortos e 150 detidos. Sem falar nos carros e ônibus queimados: 29 no total. A população carioca está satisfeita com a iniciativa. Com medo, mas contente.
Essa guerra é o efeito colateral do sucesso das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Sucesso sim. Digno de Capitão Nascimento. Os PMs tomaram conta de algumas favelas, diminuiram o poder do tráfico e agora o Rio tem que escolher entre viver ou morrer. Enquanto isso, apenas sangra.
Talvez esse combate desenfreado seja mesmo a solução. Afinal, desde a década de 1980 o Rio assiste aos seus traficantes dominarem a cidade. Em que outro lugar do mundo quem vende droga anda pra lá e pra cá carregando fuzil e bazuca? Nenhum. Definitivamente o Rio não é lugar qualquer. Talvez por isso não possa adotar estratégias simples pra acabar com essa deterioração do tecido social. Perdão aos inocentes que morrerão no caminho. Mas guerra é guerra.
O governo federal também entrou na briga. Mas para Lula, o combate não deve passar de um Fla-Flu. E dos bons. Então balança a pança, presidente. Comanda a massa que esse jogo realmente está pegando fogo. Aquele abraço!
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário