Enquanto os rebeldes da Líbia festejam o poder, penso no Maranhão.
Muamar Kadafi transformou Trípoli em seu quintal particular e bem que deve ter influenciado a família Sarney, que fez exatamente o mesmo com o estado inteiro do Maranhão.
Sarney é sinônimo de privatização do espaço público.
Lula disse certa vez que o atual presidente do Senado jamais poderia ser tratado como um “homem comum”. O deputado estadual Magno Bacelar (PV) apareceu com o mesmo discurso, comentando a denúncia de que Sarney havia utilizado o helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para ir até a ilha de Curupu, onde possui casa.
Assim como pegou carona com Amapá, Sarney deu um passeio rápido no helicóptero comprado por R$ 16,5 milhões pelo governo do estado. O objetivo com a aquisição era combater o crime e socorrer emergências médicas. Mas tudo bem, a carona não gerou nenhum transtorno. Apenas um paciente em estado grave que aguardou para ser atendido enquanto Sarney descarregava as malas.
O Brasil que espere. Afinal, Sarney não é um “cidadão qualquer”.
Vejamos, por exemplo, o que a família do coronel fez pelo Maranhão: o estado é um dos mais pobres do País. Possui o segundo Índice de Desenvolvimento Humano mais baixo, na frente apenas de Alagoas. É dono também da segunda pior expectativa de vida do Brasil.
De acordo com dados divulgados pelo IBGE em 2009, o Maranhão possui o maior número de crianças, entre oito e nove anos de idade, analfabetas. Quase 40% das crianças do estado nessa faixa etária não sabem ler e escrever, sendo que a média nacional é de apenas 11,5%. Para completar, o quintal dos Sarney possui o segundo maior índice de mortalidade infantil do País e ainda sofre com problemas de saneamento básico e desnutrição infantil.
Ou seja, é o paraíso na terra.
Essa imprensa é que insiste em inventar denúncia e perseguir o messias do sertão e sua filha exemplar. Grande injustiça.
Se José Sarney quiser dar um passeio no helicóptero da PM para sua ilha particular o que o Brasil tem a ver com isso? Afinal, o que é mais importante: o ferido precisando de transporte para conseguir atendimento o mais rápido possível ou o bem estar da família imperial do Maranhão?
Não responda. Lembre-se: José Sarney não é um cidadão qualquer.
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