A cada cem brasileiros, setenta e sete aprovam Dilma Rousseff. Faço parte dos outros vinte e três. Como quase sempre, sou minoria. Voto vencido. Segundo o Ibope, a série de quedas de ministros foi responsável pelo aumento de popularidade da presidente. A opinião pública se deixa levar pelo velho teatro petista. Me engana que eu gosto. Brasileiro é mesmo mulher de malandro.
Se Lula era o cara, Dilma não fica atrás. Além do aval do povo, Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, disse que a presidente brasileira está estabelecendo um “padrão mundial” no combate à corrupção. Para ela, o Brasil está ensinando ao mundo como é que se faz. Percebe-se que Hillary sabe tanto do Brasil quanto eu do Butão.
O que a opinião pública e a companheira Hillary não enxergaram até agora é que Dilma correu sem sair do lugar. Fingiu combater a podridão herdada do governo Lula, no qual ela chefiava a Casa Civil. A sujeira que emanava dos Transportes, do Turismo, do Trabalho, entre outros, já era sabida por ela. Na verdade, o que a presidente faxineira fez foi varrer tudo para debaixo do tapete. Os ministros só caíram quando a situação deles se tornou insustentável. Dilma esperou o quanto foi possível com a esperança de salvá-los. Não conseguiu.
O tal modelo de combate à corrupção segue à risca a ética do mercado, segundo a qual o superfaturamento das obras do PAC é algo rotineiro e os pagamentos de propina não causam espanto.
A pressão pela CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira é mais um ato da peça petista. Até mesmo Lula ressurgiu das cinzas para gritar a plenos pulmões que a Comissão tem que ser feita “doa a quem doer”. Vai doer mais na oposição, claro, mesmo assim deve acabar sobrando também para o PT. A não ser que a investigação seja fraudulenta e só se enxergue o que for conveniente para o governo.
Apesar de acreditar piamente na última hipótese, tenho esperança. Sou totalmente a favor da CPI. O resultado ainda é uma incógnita. Pode acabar como o mensalão, em pizza, apesar das denúncias.
Se o PT conseguir colocar em prática o que está tramando, a popularidade de Dilma crescerá ainda mais. Os brasileiros seguirão à risca a recomendação de José Eduardo Dutra, feliz ao comemorar os 77%: “enfia o dedo e rasga!” Ainda bem que a companheira Hillary não entende português.
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