Admito: criei a pior expectativa possível para o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff. Esperava ver uma reprise de terça-feira, quando passou a mão na cabeça dos manifestantes, se mostrou contrária aos atos de vandalismo e só. Admito que errei. A fala foi insossa, fria e distante - em se tratando de Dilma não é possível exigir muito mais que isso – mas esteve longe de ser um repeteco. Dilma tagarelou durante dez minutos. Fez questão de relembrar seu envolvimento histórico na luta pela democracia, deixou claro que está com os ouvidos atentos às mensagens dos manifestantes pacíficos e repudiou os vândalos. Por fim, anunciou algumas medidas práticas. O velho discurso da reforma política, que vai e volta e nunca vira. A garantia de que 100% dos dividendos do pré-sal serão destinados para a educação – proposta não é exatamente uma novidade. Por fim, um possível tiro no pé: a promessa de importação de médicos para o SUS. Todo mundo sabe que a ideia de trazer médicos do exterior caus