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Mostrando postagens de junho, 2013

Discurso de Dilma

Admito: criei a pior expectativa possível para o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff. Esperava ver uma reprise de terça-feira, quando passou a mão na cabeça dos manifestantes, se mostrou contrária aos atos de vandalismo e só. Admito que errei. A fala foi insossa, fria e distante - em se tratando de Dilma não é possível exigir muito mais que isso – mas esteve longe de ser um repeteco. Dilma tagarelou durante dez minutos. Fez questão de relembrar seu envolvimento histórico na luta pela democracia, deixou claro que está com os ouvidos atentos às mensagens dos manifestantes pacíficos e repudiou os vândalos. Por fim, anunciou algumas medidas práticas. O velho discurso da reforma política, que vai e volta e nunca vira. A garantia de que 100% dos dividendos do pré-sal serão destinados para a educação – proposta não é exatamente uma novidade. Por fim, um possível tiro no pé: a promessa de importação de médicos para o SUS. Todo mundo sabe que a ideia de trazer médicos do exterior caus

"Saímos do Facebook"

Eu não sei. Você não sabe. O governo não faz ideia. Os manifestantes tampouco. Porém, nesse caso, o conhecimento em relação ao futuro é o que menos importa. A onda de indignação que tomou conta das ruas das principais capitais do País foi uma surpresa muito bem-vinda. Por enquanto, absolutamente ninguém é capaz de afirmar com propriedade onde isso tudo vai dar. Até mesmo aqueles que pintam a cara, escrevem cartazes e vão às ruas acabam quase como expectadores. Acompanhando os protestos de ontem e de hoje é possível notar que se trata de um movimento fruto de uma boa e inédita mistura. Pessoas de partidos e ideologias diferentes, com objetivos diferentes, que ainda não aparentam rumar a um ponto comum. Alguns se apegam apenas à questão do aumento da tarifa do transporte público. Outros se indignam com os gastos para receber a Copa do Mundo. E há aqueles que estão cheios dessa coisa toda que está aí. Querem o fim da corrupção. Não querem mais Sarney, Renan Calheiros ou Tiririca. Há t

Morri

Por mais vida que amanheça Por mais tarde que floresça Por mais que a lua ilumine Saiba: Hoje eu morri Por mais sorrisos que a criança traga Por mais cantos que o pássaro entoe Por mais sois que nasçam Saiba: Hoje eu morri Morri pelas tuas mãos Calado Sem reação Morri trocado Pela tua solidão Por mais amores que se amem Por mais perdão que exista Por mais paixão que aconteça Saiba, menina minha: Hoje eu morri

De amor em amor

De sorriso em sorriso Mergulho bem fundo Sem saber do risco Esqueço a superfície Me afogo De paixão em paixão Me perco em pedaços Que eu não mais encontro No esconderijo que eu mesmo faço Me caço De amor em amor Morro um pouquinho Mas é melhor morrer a dois Do que viver sozinho Me ouça É fato