Quando Dunga converteu o pênalti na final da Copa do Mundo de 1994, contribuindo para a conquista brasileira contra a Itália, certamente sentiu alívio. Sensação que, guardadas as devidas proporções, pode ser comparada à que ele teve hoje, ao anunciar os 23 jogadores que vão representar o Brasil na Copa do Mundo da África. Afinal, tirou um peso cruel das costas.
A lista não surpreendeu e, portanto, Dunga não pode ser acusado de falta de critério. Ele seguiu exatamente aquilo que vem fazendo desde que assumiu a seleção, e com razão. A equipe do Brasil atual é vitoriosa, não teria porque mudá-la assim, de última hora.
Pressão ocorreu, e muita. Normal. Falava-se em Ronaldinho Gaúcho. Agora fala-se em Neymar e Paulo Henrique Ganso. Nenhum dos três foi chamado. Dunga pode até não ter razão. Quem sabe Neymar e Ganso realmente se destacariam no Mundial e poderiam levar o Brasil ao título, mas é impossível ter certeza. O teste teria que ser feito na hora, o que seria muito arriscado. O argumento de Dunga, portanto, é incontestável. Quanto ao Ronaldinho, nem se fala. O jogador recebeu oportunidades e não soube aproveitá-las.
As únicas ausências que podem ter causado uma certa estranheza foram as de Victor, goleiro do Grêmio, e Adriano, atacante do Flamengo. Concordo com o raciocínio de Dunga, mais uma vez. Das opções que ele tinha no gol, a única que não havia sido testada era justamente Victor. Normal que ele optasse por aqueles que já haviam vestido a amarelinha. Quanto ao Adriano, todos sabem. Ele mesmo eliminou-se da Copa.
Agora sim está tudo definido. Acabaram as especulações. Quanto ao favoritismo do Brasil na Copa, sim, ele existe. O Brasil sempre é favorito em todas as competições que disputa. Quando entra com jogadores vencedores, como é o caso, é mais favorito ainda. Vamos torcer para que a Copa do Mundo 2010 seja exatamente como a lista de Dunga, sem maiores surpresas. E que no fim, a sensação de Dunga em 1994 se repita esse ano. O alívio do convencimento e o êxtase da conquista.
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