Quando algum produto da nossa arte alcança a gringa, como o filme Ainda Estou Aqui, candidato ao Oscar, me encho de orgulho e vaidade. E não é porque preciso da aprovação do público gringo para validar a qualidade de algo nosso – tenho plena noção de que o alcance deles é limitado. Convivo diariamente com canadenses e posso afirmar que a maioria não tem a menor ideia do que é o Brasil, muito menos do que faz parte da nossa cultura ou história – e, claro, normalmente não sabem uma palavra em português. Como esperamos que eles, ou os vizinhos estadunidenses, sejam os responsáveis por eleger o que é bom e o que não é dentro da nossa arte? Natural, então, que seja uma tarefa nossa avaliar, já que a maior parte do que produzimos sequer chegará a ser visto ou ouvido fora. Como escreveu o ator (e pensador) Pedro Cardoso, tudo bem vibrar com a glória internacional, desde que a vaidade permaneça no Brasil. O motivo de eu comemorar quando algo nosso ganha espaço aqui é mais pelo fato de eu pod...