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Mostrando postagens de novembro, 2010

A guerra não pode parar

O Rio de Janeiro continua lindo. O Rio de Janeiro continua sendo. A guerra a que estamos assistindo há cinco dias, entre traficantes e policiais na capital fluminense, não passa de entretenimento com uma dose cruel de realidade. Pegue sua pipoca, sente no sofá e faça sua aposta. Emoção garantida do começo ao fim. BBB é passado. O governo Sérgio Cabral decidiu enfrentar e combater o tráfico de drogas e tudo o que o cerca. Inclusive os cidadãos inocentes. Mas não importa, ninguém mandou morar em favela onde quem manda é o Comando Vermelho. Se morrerem é porque estavam no lugar errado e na hora errada. Fogo neles. O saldo até agora é positivo: 23 mortos e 150 detidos. Sem falar nos carros e ônibus queimados: 29 no total. A população carioca está satisfeita com a iniciativa. Com medo, mas contente. Essa guerra é o efeito colateral do sucesso das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Sucesso sim. Digno de Capitão Nascimento. Os PMs tomaram conta de algumas favelas, diminuiram o poder do

O coronel de sete vidas

José Sarney é um homem de sorte. No auge de seus oitenta anos mostra que os ventos continuam soprando a seu favor. Como sempre, o coronel do Maranhão ressurgiu das cinzas e renasceu politicamente. Depois dos escândalos envolvendo seu nome no ano passado, ele agora é cotado para permanecer na presidência do Senado. O Brasil é mesmo um país sem memória. O que falar dos atos secretos, do nepotismo, do tráfico de influência? Desceram ralo abaixo, ninguém sabe, ninguém viu. Sarney é muito maior que isso tudo. É fiel a Lula. No Brasil isso basta, já que contestar o messias do sertão aqui é o oitavo pecado capital. Nesse caso, mais vale a fidelidade política do que o caráter. Ano passado, Sarney saiu pela tangente. Negou tudo a todos. Não sabia dos três mil reais de auxílio-moradia que entravam em sua conta todo mês, sendo que ele já possuia residência em Brasília, e não sabia que Epitácio Cafeteira havia empregado um neto seu. Sem falar nos seguranças do Senado contratados para cuidar de sua

Eternamente ingratos

Nós, eleitores brasileiros, somos muito ingratos. O PT suou para se manter no poder, Lula fez o impossível para garantir que sua afilhada Dilma Rousseff o sucedesse e nós continuamos procurando sobre o que reclamar. Agora, como em 2009, criticamos o Enem. Pobre do presidente Lula e de Fernando Haddad, ministro da Educação. Haddad, coitado, teve inclusive que abrir mão da viagem para Moçambique. Trocou a companhia do presidente pelo marasmo de Brasília. Esses jovens estudantes não sabem de nada. Querem estudar, entrar na universidade, se profissionalizar e garantir um futuro. Mal sabem eles que o futuro já está garantido e tem nome e sobrenome: Dilma Rousseff. São mesmo uns insatisfeitos. Os jovens brasileiros têm interesses banais perto dos nobres objetivos do PT. Que diferença faz se as grades de respostas da prova do Enem desse ano estavam trocadas? Qual o problema da prova amarela, que tinha algumas questões repetidas e outras em branco? E se alguns enunciados estavam equivocados? O

Paul em POA

Emocionante a passagem de Paul McCartney por Porto Alegre. O show foi de uma beleza indescritível em palavras. Vai permanecer na memória por muito tempo. Quem viu sabe.

Um país jaburu

O Brasil é um país jaburu. Lula conseguiu eleger sua afilhada Dilma Rousseff e os dois trataram logo de esclarecer que quem irá governar na prática será ela mesma, não ele. Rei morto, rei posto. Portanto, o governo terá a cara de Dilma Rousseff e o Brasil será um país jaburu. Para quem achava que Dilma só estaria segura com o sapo barbudo bufando em seu cangote, se decepcionou. Não é assim que vai funcionar. Estamos finalmente descobrindo que a presidente eleita tem opinião própria, tem pulso firme. A imagem de gerentona quem tratou de criar foi Lula,quando definiu que Dilma seria a candidata do PT à presidência. No início ninguém contestou, o Brasil não está acostumado a contestar Lula. Agora, logo nas primeiras entrevistas dela como presidente eleita, podemos ver que Lula até que tinha razão. Dilma é uma gerentona. Jaburu. Seu discurso e sua postura estão muito diferentes daqueles mostrados nos dias estressantes de campanha eleitoral. Ela está mais firme em suas palavras e se express

No, we can't

Em 1962 os Beatles já se apresentavam com a formação que ficaria conhecida no mundo inteiro. Foi um começo modesto, construído em pubs de Liverpool, na Inglaterra. Mais tarde, a banda se transformou em uma das histórias de maior sucesso da música mundial e a adoração em torno dos quatro súditos da rainha passou a ser conhecida como Beatlemania. Em 2008 Barack Obama ainda era candidato à presidência dos Estados Unidos. Mas já arrastava multidão por onde passava, o discurso de "Yes, we can" soava como "Love me Do". O Nelson Mandela moderno parecia saber a solução de todos os problemas, prometia curar os males dos americanos como num passe de mágica. Surgiu então a Obamamania. Os Beatles se separaram em 1970. Foi um fim precoce mas que só fez aumentar a fama e a mística em torno dos quatro cavaleiros ingleses. Tanto que a Beatlemania resiste até os dias de hoje. Paul McCartney, por exemplo, se apresenta esse mês no Brasil. Ingressos esgotados e o país mobilizado pra ve