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Mostrando postagens de março, 2012

Amigos do Peito e Nada Mais

A imprensa brasileira não entende o valor de uma amizade. Com frieza, condena agora o senador Demóstenes Torres pela proximidade com o empresário Carlos Augusto Ramos. O Carlinhos Cachoeira, para os íntimos. O amigo do peito de Demóstenes foi pivô do primeiro escândalo do governo Lula. Em 2004, foi divulgada uma gravação que mostrava Waldomiro Diniz, então assessor do ministro da Casa Civil, José Dirceu, negociando propina com Cachoeira. No governo popular, negócio e amizade se confundem. Esses jornalistas é que são invejosos. No blog de Demóstenes Torres está publicado: a organização Transparência Brasil pesquisou e concluiu que o senador do DEM é um dos dez congressistas que mais apresentam projetos importantes para a população. A ONU foi além, incluiu Demóstenes entre as mil personalidades do mundo inteiro para pensar o século XXI. No último mês de dezembro, a revista Época divulgou uma lista em que ele é apontado como uma das 100 personalidades mais influentes do País. Só mesmo a i

A Ética do Mercado

O escândalo das fraudes em licitações públicas, revelado pelo Fantástico no último domingo, deixou o Brasil perplexo. Zeca Camargo que o diga, terminou falando sozinho. Na segunda-feira, não se conversava sobre outro assunto. A roubalheira explícita talvez só tenha perdido espaço para o mico do apresentador. Tanto assombro é de se estranhar. Os representantes das empresas corruptas apenas aplicaram o famoso “jeitinho brasileiro” ao tentar roubar o dinheiro público. Agiram conforme a ética do mercado. O espanto da população pode ser compreendido. O do poder público não. Após a denúncia, a politicalha saiu da toca para gritar aos quatro ventos que iria fazer e acontecer. Congressistas querem criar agora uma CPI da Saúde, o prefeito do Rio de Janeiro mostra que tem pulso firme, outros clamam por leis mais rígidas. Um teatro de roteiro pobre e já conhecido. O problema não está na falta de leis. Apesar de alguns advogados afirmarem que as imagens exibidas não contêm provas suficientes, o qu

O Fantasma de Ricardo Teixeira

A substituição na CBF tem algo de paranormal. De extraordinário. Ricardo Teixeira decifrou sua arrogância, pediu pra sair e deixou em seu lugar um vácuo com nome de José Maria Marin. O espaço, até segunda ordem, será preenchido por antigos súditos de Teixeira. Seu fantasma permanecerá rondando o centro do poder do futebol brasileiro por muito tempo. Destruiu-se o homem. É necessário agora que se elimine a sombra. José Maria Marin viu a CBF e o COL despencando juntos em seu colo. Por ser o vice-presidente mais velho, com 79 anos, tomou para si o abacaxi. Confessou que não pretende descascá-lo. No horizonte, nenhum planejamento de mudança. A inconseqüência ainda vai imperar pelas mãos do Zé da Medalha. O apelido Marin recebeu graças ao episódio da premiação da Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano. Câmeras de TV o flagraram embolsando uma medalha, em um gesto que demonstrou bem o seu caráter. Ricardo Teixeira pode ficar tranqüilo. A CBF está em boas mãos. Marin, além de pegar o que

A vitória do elfo-doméstico

Elfos-domésticos são criaturas encantadoras. Nasceram apenas para servir a uma família ou instituição. Temem a liberdade mais que tudo e sonham com a escravidão eterna. Existem apenas na ficção, criados pela escritora J. K. Rowling, da série Harry Potter. De acordo com os livros, os elfos-domésticos se vestem com fronhas de travesseiro. Se o mestre o presenteia com roupas, significa que ele está livre e pode deixar a família para sempre. Para alguns, um horror. J. K. Rowling mostrou também as exceções. A principal dela é Dobby, elfo-doméstico amigo de Harry Potter e que consegue a liberdade sonhada por ele. Final feliz. Em 2003, uma empresa russa de advocacia pegou no pé da Warner Bros, produtora da série de filmes do bruxo. Alegavam que Dobby, com sua feição de duende, possuia grande semelhança com o presidente russo na época, Vladimir Putin. Coincidência ou não, bem que poderiam estar na seção "separados pelo nascimento". Vladimir Putin quer muitas roupas para si e nenhuma

Chute no Traseiro

O governo brasileiro está emburrado. Em especial o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. Tudo porque o Brasil quer a liberdade de errar em paz, sem ninguém para apontar a falha e cobrar mais tarde. Será que é pedir muito? Para 2014, a única obra que realmente parece interessante é a da seleção de Mano Menezes. E essa já está difícil de ser colocada em prática. Além disso, ainda esperam que se melhore os estádios, o transporte, o setor hoteleiro, a segurança. Uma coisa ou outra, já diriam alguns. Um problema de cada vez. O Brasil é o país do futebol e não o país da reforma. Jérôme Valcke, secretário geral da Fifa, identificou o problema: "acho que a prioridade do Brasil é ganhar o Mundial. Não creio que seja organizar o Mundial". Demorou mas enfim eles perceberam. Só não sei a razão de tanto espanto. Valcke também exigiu: "tem que acelerar, ganhar um pontapé no traseiro e simplesmente entregar a Copa". O tal do pontapé no traseiro magoou Aldo Rebelo. A verdade doi. O m

O milagre da multiplicação

Pode procurar no site do Ministério da Pesca. Está lá que ele "é responsável pela coleta, armazenamento, processamento e disponibilização de informações sobre a produção de pescado no Brasil". Funções que agora estão no colo do bispo Marcelo Crivella. Oremos por um milagre. Crivella sabe tanto de peixe quanto eu de física quântica. Grande coisa. De música ele também não sabe muito e mesmo assim já coleciona dez discos gravados. Bem que poderia ser o Marcelo Rossi dos evangélicos. Mergulhar em águas desconhecidas, portanto, nunca foi problema para ele. Não seria dessa vez. No discurso de posse como novo Ministro da Pesca, Crivella afirmou com uma assustadora sinceridade: "não quero que a presidente fique triste em ter um ministro da pesca que não é um especialista e que não sabe colocar minhoca num anzol. Mas colocar minhoca no anzol a gente aprende rápido. Pensar nos outros é que é difícil". Ou seja, primeiro ele assume, depois vai buscar a capacitação. No fim, ente