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Mostrando postagens de julho, 2013

A mulher perfeita

A mulher perfeita tem um único defeito: a perfeição. A mulher perfeita não tem o charme de uma tristeza contida. A mulher perfeita se acomoda em sua beleza. A mulher perfeita nasceu para ser observada. Com dom para manequim. Transgredindo Vinicius: desculpem as belas, mas beleza não é fundamental. Sou muito mais o encanto da imperfeição. A beleza da mulher não está nos pés. Está no jeito de andar. A beleza da mulher não está nos cabelos longos. Está no jeito como ela os acomoda por trás da orelha. A beleza da mulher não está no sorriso. Está no som que ela faz quando ri. A beleza da mulher não está no que ela escancara. Está no que ela esconde. Mais vale um rosto interessante que um rosto bonito. Nas mulheres por quem me encantei o que chamava atenção não era o óbvio. Era o detalhe. Quando ela acordava e vestia a primeira camisa que encontrava (quase sempre a xadrez com o azul predominando) e amarrava o cabelo alto num coque, era quando mais a amava. Os dois gestos em si

Fui eu ou o Destino?

Finalmente assisti ao filme Faroeste Caboclo, inspirado na canção homônima de Renato Russo. A famosa saga de João de Santo Cristo – dos versos decorados de trás pra frente por uma legião de fãs - ocupa agora a tela imensa da sala de cinema. Os personagens ganharam forma. Vida eles já tinham. Gostei do filme. Acredito que Renato Russo também teria gostado. No fim, me prendi especialmente a uma das falas do personagem principal – o tal João de Santo Cristo – já quase no fim da história. Depois do duelo com Jeremias e de ver Maria Lucia morrendo ao seu lado ele se pergunta: - Fui eu ou o destino? A pergunta me pescou na plateia. Fiquei encucado com aquilo e passei horas refletindo a respeito. Afinal na minha vida - e na de qualquer outra pessoa – essa dúvida também tem espaço. Se estou aqui agora, neste lugar, fazendo exatamente o que estou fazendo – fui eu ou o destino quem quis? No fundo já tinha a resposta. Acho que sobrecarregamos demais o destino para nos livrar da respon

Vamos?

Vamos parar o tempo? Decorar aquele disco do Tom Jobim? Degustar aquele Merlot que ficou no fim? Vamos aprender a cozinhar? Vamos amar tanto E fazer o mundo parar Vamos planejar o dia seguinte? Vamos imaginar a vida inteira? Vamos sorrir de bobeira E chorar sem razão? Deixa eu encostar minha mão na tua Resolver teus delírios Acabar com a tua solidão Deixa eu fazer de cada instante o primeiro Vamos amar tanto E fazer o mundo parar Vamos fugir sem aviso? Vamos criar histórias? Vamos viver no improviso Vamos reinventar nosso olhar Vamos amar tanto E virar o mundo de pernas pro ar Eu e você Inteiros Vamos?