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Mostrando postagens de agosto, 2010

Piada sem graça

A ditadura militar no Brasil, e tudo o que ela representou – censura e proibição - deixou resquícios. Um deles é o silêncio exigido dos humoristas até as próximas eleições. Uma resolução aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estabeleceu que, desde 1º de julho, as emissoras estão proibidas de "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação, bem como produzir ou veicular programa com esse efeito". A decisão se baseia no artigo 45 da lei 9.504, de 1997. Quem a infringir, pode ser multado em até R$ 106.410 – valor que dobra em caso de reincidência. Ou seja, estamos terminantemente proibidos de rir dos nossos candidatos. Uma piada de péssimo gosto. Humorista não combina com radicalismo. Não nasceu pra reivindicar, protestar. Faz isso naturalmente, usando a ferramenta que tem: o humor. Ontem, porém, abriram uma exceção e foram às ruas do Rio de Janeiro exigir o direito d

Restou a festa

Quando um homem insiste em ignorar a dor, pode ser chamado de guerreiro. Dor que pode ser simbólica, como aquela que os brasileiros são obrigados a fingirem que não existe. O peso do dia-a-dia, a luta, o sangue e o suor. Tudo para vencer. Ou pra não perder, somente. No caso do time do Inter, na decisão da Copa Libertadores da América, a dor era verdadeira e teimava em não passar. Fez questão de testar até onde poderiam ir Sandro, Guiñazu, Tinga e Alecsandro. Antes, judiara de Rafael Sóbis. Ele que havia sido herói em 2006, na primeira conquista da América e ontem inverteria a lógica para, mais uma vez, deixar seu nome gravado na história. As grandes batalhas também existem para transformar meninos em homens. Transformação que exige coragem, muita coragem. Leandro Damião provou ontem que já pode ir pra guerra, ganhou certificado de guerreiro destemido e agora é homem. No fim, cedeu à emoção e chorou lembrando-se das dificuldades que enfrentara até ali. Talvez bem antes já fosse homem pr

A Meryl Streep do Beira-Rio

É hoje. Às 21h50 Inter e Chivas Guadalajara começam a decidir quem levantará a taça de campeão da América, em um Beira-Rio lotado pelos torcedores e tomado pela emoção. Para os colorados as últimas notícias foram positivas, afinal quem era dúvida, não é mais. Na entrevista coletiva concedida ontem, o técnico Celso Roth, além de anunciar que Sandro, Tinga, Guiñazu e Alecsandro devem entrar em campo normalmente, chamou a atenção por uma passagem que nada tem a ver com futebol. Ou quase nada. Mencionou que a carreira dele poderia ser comparada à da atriz Meryl Streep, que apesar de sempre ter feito bons trabalhos, nunca havia recebido um Oscar sequer. Embora Roth tenha se confundido nas informações (Meryl Streep ganhou dois Oscars), achei a comparação engraçada. Celso Roth é incontestavelmente um bom técnico, fez bons trabalhos por onde passou e organizou o Inter do polêmico Jorge Fossati. Mas realmente falta alguma coisa na sua carreira. Falta um grande prêmio, um grande título. Ou... um

É preciso ter calma

O momento exige muita cautela no estádio Beira-Rio. É hora do torcedor colorado e de todo o time do Inter manter a calma e evitar o "já ganhou". É verdade que o resultado conquistado no México foi pra lá de positivo, como também é verdade que a atuação do Chivas no jogo de ida só serviu pra aumentar ainda mais a confiança colorada. Mas ainda restam noventa minutos. E não é pouco. Como sabemos, justiça é uma palavra a ser evitada quando o assunto é futebol. O próprio Inter sentiu isso na pele em 2005, no Campeonato Brasileiro, logicamente que as circunstâncias eram totalmente diferentes. O "justo" seria vermos o Inter de Celso Roth campeão da Libertadores 2010, afinal é muito mais time que o Chiva. Mas não sabemos. Nada define isso melhor do que aquela velha frase: o futebol é uma caixinha de surpresas. O Rio Grande do Sul respira ansiedade. Até mesmo os gremistas, ou mesmo aqueles que não gostam de futebol. Mas a hora pede calma. Muita calma. É preciso evitar o &quo