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Mostrando postagens de maio, 2009

Reforma política, Ferreira Gullar e a maconha

Ferreira Gullar é um gênio. Um grande poeta, todos sabem. No entanto, em sua coluna do último domingo, na Folha de S. Paulo, ele afirma uma série de bobagens. Se me permitem, discordarei de algumas delas. Primeiramente Gullar defende a Reforma Política, em especial o voto em lista. Para ele, o sistema de votação seria mais justo que o atual, já que hoje votamos em Pedro e acabamos elegendo João, se aquele não alcança o determinado número de votos. O que acontece é que voto em lista é incontáveis vezes pior que o sistema atual, pelo simples fato de que caberia ao partido escolher os candidatos. É óbvio que a renovação na política brasileira ficaria prejudicada. Voltaríamos aos tempos do coronelismo, das antigas oligarquias. Gullar foi ingênuo ao afirmar que, se caso um político dissesse estar "se lixando" para a opinião pública, o seu partido tomaria as devidas providências para que ele não mais disputasse as eleições. Em uma coisa concordamos: em relação ao terceiro mandato d

Se lixando para a opinião pública

Sérgio Moraes está com a razão: a opinião pública no Brasil não existe. Ela fala, xinga, reclama, e continua elegendo bandidos. Moraes, por exemplo, foi reeleito sete vezes. SETE. E segue se lixando. Eleitor brasileiro é igual mulher de malandro. O sistema político brasileiro está falindo. A distância entre as pessoas e seus representantes se tornou cruel. O Congresso acabou virando uma ilha, um outro país, onde os políticos vivem como querem, criam leis que os protegem e erguem castelos. Mais tarde, se a coisa aperta, são defendidos pela irmandade. Afinal, nessa ilha da fantasia são todos iguais. A partir da série de terremotos que vem atingindo o Congresso desde o início do ano, voltou-se a falar em reforma política, como uma forma de amenizar o estrago e melhorar um pouco a imagem do poder público. Em vão. Por exemplo, a proposta de voto em lista é ridícula, simboliza o que há de mais retrógrado na política. A renovação se torna impossível, passamos a eleger os mesmos candidatos,

O teatro da esquerda

O Brasil se meteu onde não devia ao querer ficar amiguinho de Mahmoud Ahmadinejad, o louco do Irã que nega o holocausto e pretende riscar Israel do mapa. A visita do iraniano a América do Sul, prevista para amanhã, acabou sendo cancelada, o que serviu para deixar a coisa toda mais bizarra. Os três coleguinhas chavistas que receberiam o maluco atômico acabaram se tornando motivo de diversão para a diplomacia mundial. E Lula, ao entrar nesse trio junto com Venezuela e Equador, assinou embaixo das idéias retrógradas e ultrapassadas à la Chavez. Palhaçada esquerdista. Puxar o saco do tarado iraniano um mês antes das eleições naquele país foi um erro. E não só de timing, como alguns alegam. Assumindo relações agora ou mais tarde, será sempre péssimo para o Brasil criar qualquer tipo de vínculo com um presidente que quer explodir Israel e os homossexuais. Pelo visto, ninguém ainda se tocou do vacilo. O Itamaraty se orgulha em dizer que não existe qualquer tipo de constrangimento ou mal-estar

Saramago e o palpite infeliz

José Saramago, em um palpite infeliz, comparou o Rio de Janeiro a Berlim. O escritor português condena a construção dos muros nas favelas cariocas. Para ele, o projeto se caracteriza como segregacionista. Daí a comparação. Recorri a biografia de Saramago e constatei que o escritor nasceu numa aldeia do Ribatejo, chamada Azinhaga, ao sul de Portugal e, ainda menino, se mudou com a família para Lisboa. Ele pouco sabe da realidade na capital fluminense. E muito menos da vida na favela. Saramago talvez já tenha se emocionado com a novela das oito e seja fã de carteirinha de Manoel Carlos. Mas não passa disso. O escritor não só poderia como deveria ter permanecido calado. O autor da ideia de construir o muro, o governador Sérgio Cabral, talvez tenha acertado sem querer. Mas acertou. Essa certamente não será a salvação milagrosa para os problemas das favelas, mas cumprirá com o seu único objetivo inicial, que é proteger o que resta da mata atlântica dos morros. Paralelamente, o governo preci