O Brasil está em luto. O jornalismo perdeu um mestre. As palavras perderam seu guia. Ficaram mudas como a torcida na hora do gol adversário. O esporte ficou sem o seu melhor tradutor, o seu principal porta-voz. Armando Nogueira partiu sem avisar, deixou órfãos os meninos que ele viu, os que ele não viu e aqueles dos quais nem ouviu falar. Sou desses últimos. Lembro que certa vez quando comecei a pensar na profissão que escolheria, lá pelos quatorze ou quinze anos, conheci Armando Nogueira. Na época o jornalismo já era meu Plano A. Meu pai, sempre incentivador das minhas idéias, por mais absurdas que pareçam, me presenteou com A Ginga e o Jogo, coletânea de crônicas de Armando Nogueira. O Plano A acabou se tornando o plano único, do qual ainda sou refém. Não tinha como ser diferente. Principalmente porque Armando Nogueira uniu como poucos duas das minhas paixões: o esporte e a poesia. Nunca pensei que as duas coisas serviriam uma para a outra. Talvez nem sirvam mesmo, nas mãos de outro