Eu não sei. Você não sabe. O governo não faz ideia. Os manifestantes tampouco. Porém, nesse caso, o conhecimento em relação ao futuro é o que menos importa. A onda de indignação que tomou conta das ruas das principais capitais do País foi uma surpresa muito bem-vinda. Por enquanto, absolutamente ninguém é capaz de afirmar com propriedade onde isso tudo vai dar. Até mesmo aqueles que pintam a cara, escrevem cartazes e vão às ruas acabam quase como expectadores.
Acompanhando os protestos de ontem e de hoje é possível notar que se trata de um movimento fruto de uma boa e inédita mistura. Pessoas de partidos e ideologias diferentes, com objetivos diferentes, que ainda não aparentam rumar a um ponto comum. Alguns se apegam apenas à questão do aumento da tarifa do transporte público. Outros se indignam com os gastos para receber a Copa do Mundo. E há aqueles que estão cheios dessa coisa toda que está aí. Querem o fim da corrupção. Não querem mais Sarney, Renan Calheiros ou Tiririca.
Há também aquela parcela que grita e não sabe por qual razão. Segue o fluxo simplesmente.
Por ser justamente um movimento sem liderança política e sem bandeira definida, se trata de algo ainda não visto no Brasil. As passeatas tontearam as redações dos jornais. Golpearam o governo, que ainda não sabe como agir. A prova disso está na reação da presidenta Dilma Rousseff. Se pronunciou e apoiou as manifestações em um tom no mínimo curioso. Ficamos quase esperando ela dizer no fim: “mas esse PT não faz nada mesmo hein!?”. Depois disso foi pedir socorro ao Lula. Mais uma demonstração de que a imagem de gerentona mão de ferro, vendida durante o início do governo, era balela!
O ponto de partida para as manifestações foi, repetindo outros momentos da história, pela mobilização dos jovens. A forma como se deu esse agrupamento é que foi inovadora: pelas redes sociais. Está certo que continuamos sendo a geração do “eu, eu, eu”. Aquela que transmite o dia-a-dia pelas páginas do Instagram, do Twitter e do Facebook. Porém, deu pra perceber que basta querer para dar outra utilidade a essas páginas.
Esse dezessete de junho ficará para sempre na história. Foi um dia lindo para os que ainda acreditam na democracia e no poder de mobilização da juventude. Me arrepiei ao ver os primeiros sinais dos protestos. Chorei ao assistir a invasão pacífica à cobertura do Congresso Nacional. Para quem nasceu depois do fim da Ditadura Militar e sempre foi tachado de pertencente a uma geração acomodada e alienada, foi uma boa resposta e prova de que ainda há esperança.
Os jovens brasileiros acordaram e perceberam que a ideia vendida de que o País vai muito bem, obrigado, é falsa. Diminuição da desigualdade social? Aumento do poder aquisitivo? Na prática não é bem assim. Enquanto falta recurso pra educação e saúde de qualidade, sobra para a organização da Copa do Mundo. Sem falar na corrupção.
Ainda não se sabe onde essa correnteza vai desaguar. Não é possível saber se essa ausência de liderança e de reivindicações mais claras permitirão chegar a algum lugar. O fundamental agora é começar a politizar o debate. Tentar anarquizar tudo será perda de tempo.
Nosso papel é seguir em frente. E não deixar que o gigante adormeça outra vez.
Acompanhando os protestos de ontem e de hoje é possível notar que se trata de um movimento fruto de uma boa e inédita mistura. Pessoas de partidos e ideologias diferentes, com objetivos diferentes, que ainda não aparentam rumar a um ponto comum. Alguns se apegam apenas à questão do aumento da tarifa do transporte público. Outros se indignam com os gastos para receber a Copa do Mundo. E há aqueles que estão cheios dessa coisa toda que está aí. Querem o fim da corrupção. Não querem mais Sarney, Renan Calheiros ou Tiririca.
Há também aquela parcela que grita e não sabe por qual razão. Segue o fluxo simplesmente.
Por ser justamente um movimento sem liderança política e sem bandeira definida, se trata de algo ainda não visto no Brasil. As passeatas tontearam as redações dos jornais. Golpearam o governo, que ainda não sabe como agir. A prova disso está na reação da presidenta Dilma Rousseff. Se pronunciou e apoiou as manifestações em um tom no mínimo curioso. Ficamos quase esperando ela dizer no fim: “mas esse PT não faz nada mesmo hein!?”. Depois disso foi pedir socorro ao Lula. Mais uma demonstração de que a imagem de gerentona mão de ferro, vendida durante o início do governo, era balela!
O ponto de partida para as manifestações foi, repetindo outros momentos da história, pela mobilização dos jovens. A forma como se deu esse agrupamento é que foi inovadora: pelas redes sociais. Está certo que continuamos sendo a geração do “eu, eu, eu”. Aquela que transmite o dia-a-dia pelas páginas do Instagram, do Twitter e do Facebook. Porém, deu pra perceber que basta querer para dar outra utilidade a essas páginas.
Esse dezessete de junho ficará para sempre na história. Foi um dia lindo para os que ainda acreditam na democracia e no poder de mobilização da juventude. Me arrepiei ao ver os primeiros sinais dos protestos. Chorei ao assistir a invasão pacífica à cobertura do Congresso Nacional. Para quem nasceu depois do fim da Ditadura Militar e sempre foi tachado de pertencente a uma geração acomodada e alienada, foi uma boa resposta e prova de que ainda há esperança.
Os jovens brasileiros acordaram e perceberam que a ideia vendida de que o País vai muito bem, obrigado, é falsa. Diminuição da desigualdade social? Aumento do poder aquisitivo? Na prática não é bem assim. Enquanto falta recurso pra educação e saúde de qualidade, sobra para a organização da Copa do Mundo. Sem falar na corrupção.
Ainda não se sabe onde essa correnteza vai desaguar. Não é possível saber se essa ausência de liderança e de reivindicações mais claras permitirão chegar a algum lugar. O fundamental agora é começar a politizar o debate. Tentar anarquizar tudo será perda de tempo.
Nosso papel é seguir em frente. E não deixar que o gigante adormeça outra vez.
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